quarta-feira, 5 de maio de 2010

Você sabia?

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... que Ulisses Guimarães é o bairro que tem mais habitantes, se for levar em conta os registros de RG? E que Barramares é o maior bairro geográfico do munícipio de Vila Velha? Que 57% dos habitantes da Região da Grande Terra Vermelha é do sexo feminino? Que a maior parte tem o ensino fundamental incompleto e não estuda?

O Movimento Vida Nova Vila Velha - MOVIVE, em parceria com o SEBRAE e CST, através do Programa Gerar, fez uma pesquisa sobre "O Perfil Econômico e Social da Região de Grande Terra Vermelha". A pesquisa foi a primeira do gênero a acontecer no estado do Espírito Santo. Tratou-se de uma pesquisa de amostragem, realizada em domícilios aleatoriamente escolhidos, onde foram feitas cerca de 375 entrevistas envolvendo moradores dos bairros 23 de Maio, Ulisses Guimarães, Barramares, Parque Residencia de Terra Vermelha, Normília Cunha, Parque Residencial Jabaeté, Morada da Barra, João Goulart, Cidade da Barra, Riviera da Barra, São Conrado, Brunela I e II. A margem de erro é de 4,91 pontos percentuais para mais ou menos, grau de confiabilidade de 95% para um universo de 7960 domícilios, o que corresponde a 8,04% das residências do munícipio de Vila Velha, ES.

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O interesse maior da pesquisa recaiu principalmente sobre as percepções que cada família tem dessa região e não especificamente dos índivíduos entrevistados. O diferencial dela é que se trata de um trabalho diferente, uma vez que a pesquisa de campo foi realizada pelos próprios moradores ( que fizeram um treinamento específico da SEBRAE) - sendo assim foi um trabalho não somente realizado na comunidade, como feito junto com a própria.

Segundo o Coordenador do Projeto Gerar, Itamarcos Pitomba, a pesquisa é "um marco conceitual" muito importante, pois poderá ajudar aos órgãos Públicos, empresas privadas e aos próprios moradores dessas regiões, conhecer o seu local de moradia,saber mais os problemas da sua comunidade, além de descobrir as suas potencialidades, gerar trabalho e renda e torná-los cidadãos partícipes do seu próprio futuro.

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O panorama mostrou que grande parte da população possui uma renda, mas essa renda é menor que um salário mínimo. O maior problema da região continua sendo a falta de saneamento básico. E que a maior parte da população mora ali de 7 a 10 anos.
Segue abaixo o resultado das amostragens. Confiram?


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Comércio.

O comércio da Região de Terra Vermelha como já pincelamos em alguns posts, é relativamente novo. Logo no ínicio da formação do bairro era composto basicamente por farmácia, padaria, mercearia e butecos - sendo os primeiros só um de cada e o os butecos mais abundantes.

Os moradores tinham que se deslocar para o centro pra conseguir comprar materiais básicos para sobrevivencia... e isso podia demorar muito, visto que o único meio de locomoção que tinha estava apenas disponível de 12 em 12 horas.

Hoje em dia, o comécio localiza-se basicamente na rua principal do bairro de Terra Vermelha e ainda não é muito desenvolvido, embora já tenha crescido bastante. Dettmann conta pra gente um pouco mais sobre o comércio de seu bairro.



Foi por causa desse panorama que surgiu o Banco Terra, como contamos no post anterior. E é por esse mesmo motivo que a região recebe inúmeros projetos visando a melhoria do comércio e oportunidade do próprio negócio. Como o projeto "Comércio Total", realizado pelo SEBRAE no ano de 2009.

Banco Terra.

Nova sede do Banco Terra

O Banco Terra surgiu no dia 25 de novembro de 2005, através do Fórum de Desenvolvimento Comunitário do "GG5 - Grupos de Gestores Locais da Região 5" - que teve a história contada no post anterior. Uma das ações do GG5 que falamos foi a da geração de renda para a comunidade. Foi justamente essa atividade que deu origem ao Banco.

Antiga sede do Banco Terra
O Banco é um projeto Social de desenvolvimento Comunitário com foco na geração de renda através da perspectiva da Economia solidária. Não é uma instituição financeira uma vez que o capital é social, possibilitando que um número maior de pessoas possam produzir. Consiste na consolidação da metodologia de trabalho da Economia Solidária, que é composta de 4 princípios: Capital Solidário; Produção Sustentável; Comércio Justo; e Consumo Ético. Assim que foi criado, o banco teve a aceitação instantânea do comércio local, afinal de contas antes não existia um serviço bancário na região.

Campanha de divulgação em prol do Banco.

O Banco Terra funciona da seguinte maneira: ao receber a Moeda Terra em seu estabelecimento o comerciante contribui socialmente para o Desenvolvimento da Região, ou seja, a riqueza da comunidade fica na própria comunidade. Além de promoverem promoções na compra de alguns produtos em Moeda Terra, influenciando para o consumo local, sendo assim ganha a região e ganha o comerciante.

Moeda do Banco da Terra.

Além do apoio instâtaneo do comécio local, o Banco da Região 5 conta hoje com o apoio do Movimento Vida Nova Vila Velha – MOVIVE que ajuda na parte técnica e de fomento, Arcelor Mittal - que ajuda financeiramente e a SEBRAE – que oferece os cursos e capacitações. O apoio social fica por conta dos Movimentos Comunitários; Associações de Moradores; e entidades da Região – CADEC, GEAE, CMC; Além das Escolas Locais, do SETADES e da Feps.

Gestores do GG5 em frente a antiga cede.

Programa Gerar e o Grupo de Gestores Locais da Região 5.

Viver na Região 5, a Grande Terra Vermelha não é uma missão fácil. Já ressaltamos milhares de vezes a dificuldade que os moradores enfrentam no dia a dia para lutar por moradia e pelo desenvolvimento das suas terras.
O problema da casa própria não é a única luta que os moradores se engajam. Comércio, infra-estrutura e emprego são as principais causas levantadas por aqueles que agem em prol do desenvolvimento e do bem estar do seu povo.

1º galpão da cooperativa do movimento de moradia em 96

Foi pensando e vivenciando essa situação que surgiu, em outubro 2003, o Programa Gerar. O programa é baseado em atividades de intervenções sociais executadas pelos próprios moradores. Como a Associação de Moradores sempre foi muito ativista nas questões voltadas à melhorias do bairro de Terra Vermelha e da Região, trazendo sempre bons resultados, houve a motivação da população local de criar um grupo de gestores locais, surgindo assim o Fórum de Desenvolvimento Comunitário GG5 - “Grupo de Gestores Locais da Região 5 – GG5”, que é um fórum localizado em um das regiões mais socialmente vulneráveis do município de Vila Velha, contando com aproximadamente 72 mil habitantes e 29 bairros. O Fórum hoje é uma entidade juridicamente legalizada e composta por 12 membros da Comunidade Local, representantes de alguns bairros, nominado Instituto GG5 de Desenvolvimento Comunitário.



Pra variar, o óbvio e normal da GTV aconteceu, não foi fácil tocarem os projetos. As chuvas de 2003 e 2004 castigaram a região com alagamentos. Acontece que além das propostas de desenvolvimento futuro, o grupo trouxe auto-estima a população local,afinal de contas eles se sentiram pela primeira vez fazendo a diferença na sua comunidade, sendo assim não desistiram e lutaram como povo guerreiro que são.

O curioso do GG5 é que a maior parte das pessoas mobilizadas pelas ações foram as mulheres. Não é a toa que a liderança do Grupo durante três anos pertenceu à Adriana dos Santos de Luz. "Agora eu vou sair, vou embora, mas tudo que construímos e lutamos vai ficar em suas mãos". Foi assim que se despediu Adriana, ao falecer, passando a administração para o Paschoal (que nos cedeu pacientemente à informação).

Pascoal premiado no Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local 2007

O GG5 vem realizando, desde 2003, intervenções sociais voltadas para o desenvolvimento local e sustentável em várias áreas, como comunicação comunitária, entretenimento e lazer, educação e geração de renda. As metas eram ampliar a oportunidade profissional, pois descobriram que 53% da comunidade não tinha profissão. Mais da metade da população local ganhava menos que um salário mínimo. A pesquisa não mostrou altos índices de criminalidade, como muitos jornais falavam. Os maiores problemas foram relacionados ao saneamento básico, à educação e ao lazer. Por último vem a segurança.

Foi diante dessas pesquisas que surgiu em 25 de novembro de 2005 o Banco Terra, que falaremos em breve.

Em 2007, o GG5 foi premiado pela Caixa Econômica Federal no Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local. Confiram!


O desenvolvimento sob o olhar de quem o acompanhou...

Imagine só como deve ser morar em um lugar em que a maioria das casas são barracos de tábua, há alagamentos em épocas de chuvas e quando você sai de casa fica difícil, pois mal tem uma estrada que dá acesso aos outros locais.

Pois é. Jean, morador da Grande Terra Vermelha desde 1992, viveu essa experiência logo que se mudou pra lá. Veja só como era antes e como é hoje.

Olhares de um povo sobre a sua terra

Na fila do 612 e 653 encontrei pessoas. Moradores de uma região que antes era conhecida como "um lugar no meio do nada", sem infraestrutura, e que hoje denota as marcas do desenvolvimento.

Para quem habita a Grande Terra Vermelha, a região é muito boa para se morar.

Quem fala isso é o Josian, morador da Região 5 há dez anos, e revela um pouquinho pra gente o olhar dele sobre o local onde mora.



Para alguns estudantes que moram na Grande Terra Vermelha desde a infância, a região evoluiu muito. Um local que antes mal tinha escola de primeiro grau, hoje tem vários colégios, que vão desde o primário ao ensino médio.



Paulo César, morador há 15 anos da Grande Terra Vermelha, fala que muitas pessoas falam mal da região, sem conhecer a atual realidade local. Ele conta um pouquinho pra gente como é esse sentimento.

Cara Nova e curiosidades

Eba, estamos de cara nova!
Renovar é sempre preciso né? Então resolvemos dar uma inovada aqui! Um pouquinho de cor, sem exagerar em nada, mantendo o clima clean!
Explicarei então a imagem de entrada do nosso blog.
A foto retratada no nosso novo layout é nada mais, nada menos do que a Região da Grande Terra Vermelha, também conhecida como Região 5 , como já citamos várias vezes por aqui! Com essa foto panorâmica dá pra ter uma idéia melhor da dimensão e grandiosidade desse conjunto de bairros!


A região que conta com mais de 20 bairros, tem a Rodovia do Sol que a corta, sendo uma das principais vias de locomoção para bairros mais pertos do centro. Outra melhoria para facilitar a locomoção da comunidade local foi a criação do Terminal de Itaparica, que fica depois do Bairro Andorinhas, atrás do Barrasol - um projeto de shopping inacabado.


Na região também se localiza o Rio Jucu - rio este que todo ano é palco do evento em sua homenagem, onde aventureiros descem as suas correntezas de barco ou caiaque. Esse evento nos últimos anos vem marcado por protestos pela sua preservação. O Rio que é orgulho do povo local anda secando em certas partes e muito poluídas em outras,sobretudo na foz.


Encontramos também por ali a Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema - um local onde ainda se preserva (ou tenta-se preservar) a fauna e a flora nativas do ES. A Reserva é motivo de conflitos, pois uns querem que a ela continue tendo a sua delimitação atual e cumprindo seu papel de manter a diversidade de vegetação nativa do ES. Outros visando o desenvolvimento pedem a diminuição das delimitações da reserva para que possa ser construídos parques temáticos, condomínios, resorts e hotéis-fazenda.


Há uma grande região de praias, com um litoral rico e prestigiados pelas belezas da Barra do Jucu e Ponta da Fruta. As ondas da região são o paraíso dos surfistas e atrai grandes competições nacionais de Surf, Bodyboard e Kitesurf para a região. Neymara Carvalho, campeã mundial de Bodyboard é cria dessas águas. As mais badaladas pela galera da prancha são as praias do Borrão, Peitori (Barrinha) e Ulé. Já aqueles que gostam de curtir uma boa praia com a família, gostam mesmo das águas mansas da Concha. O morro da Concha é um cartão-postal local!


Vale a pena conhecer a região e participar das suas manifestações culturais que ocorrem ao decorrer do ano, como a Puxada de Mastro na Festa de São Benedito, que sempre vem acompanhada das Bandas de Congo.Tem também a Festa da Nossa Senhora dos Navegantes, realizada no dia 2 de fevereiro na Ponta da Fruta. Entre várias outras.O artesanato e a pesca é um marco na região praiana da Grande Terra Vermelha. E se você gosta de uma boa música ao vivo, vale a pena ir até o Barracústico.


Falando em música a região já foi inspiração para músicos locais e nacionais. A Ponte de Madalena, construída em 1896, que liga a Reserva de Jacarenema à Barra do Jucu. Seu nome é uma homenagem a banda de Congo de mesmo nome e ficou famosa na voz do cantor Martinho da Vila com "Madalena do Jucú". A própria Reserva Estadual também já foi homenageada pela banda local Casaca, assim como o Morro da Concha. Confiram!

Martinho da Vila - "Madalena do Jucú"




Casaca - "Garças de Jacarenema"




Casaca - "Morro da Concha"