quarta-feira, 5 de maio de 2010

Você sabia?

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... que Ulisses Guimarães é o bairro que tem mais habitantes, se for levar em conta os registros de RG? E que Barramares é o maior bairro geográfico do munícipio de Vila Velha? Que 57% dos habitantes da Região da Grande Terra Vermelha é do sexo feminino? Que a maior parte tem o ensino fundamental incompleto e não estuda?

O Movimento Vida Nova Vila Velha - MOVIVE, em parceria com o SEBRAE e CST, através do Programa Gerar, fez uma pesquisa sobre "O Perfil Econômico e Social da Região de Grande Terra Vermelha". A pesquisa foi a primeira do gênero a acontecer no estado do Espírito Santo. Tratou-se de uma pesquisa de amostragem, realizada em domícilios aleatoriamente escolhidos, onde foram feitas cerca de 375 entrevistas envolvendo moradores dos bairros 23 de Maio, Ulisses Guimarães, Barramares, Parque Residencia de Terra Vermelha, Normília Cunha, Parque Residencial Jabaeté, Morada da Barra, João Goulart, Cidade da Barra, Riviera da Barra, São Conrado, Brunela I e II. A margem de erro é de 4,91 pontos percentuais para mais ou menos, grau de confiabilidade de 95% para um universo de 7960 domícilios, o que corresponde a 8,04% das residências do munícipio de Vila Velha, ES.

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O interesse maior da pesquisa recaiu principalmente sobre as percepções que cada família tem dessa região e não especificamente dos índivíduos entrevistados. O diferencial dela é que se trata de um trabalho diferente, uma vez que a pesquisa de campo foi realizada pelos próprios moradores ( que fizeram um treinamento específico da SEBRAE) - sendo assim foi um trabalho não somente realizado na comunidade, como feito junto com a própria.

Segundo o Coordenador do Projeto Gerar, Itamarcos Pitomba, a pesquisa é "um marco conceitual" muito importante, pois poderá ajudar aos órgãos Públicos, empresas privadas e aos próprios moradores dessas regiões, conhecer o seu local de moradia,saber mais os problemas da sua comunidade, além de descobrir as suas potencialidades, gerar trabalho e renda e torná-los cidadãos partícipes do seu próprio futuro.

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O panorama mostrou que grande parte da população possui uma renda, mas essa renda é menor que um salário mínimo. O maior problema da região continua sendo a falta de saneamento básico. E que a maior parte da população mora ali de 7 a 10 anos.
Segue abaixo o resultado das amostragens. Confiram?


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Comércio.

O comércio da Região de Terra Vermelha como já pincelamos em alguns posts, é relativamente novo. Logo no ínicio da formação do bairro era composto basicamente por farmácia, padaria, mercearia e butecos - sendo os primeiros só um de cada e o os butecos mais abundantes.

Os moradores tinham que se deslocar para o centro pra conseguir comprar materiais básicos para sobrevivencia... e isso podia demorar muito, visto que o único meio de locomoção que tinha estava apenas disponível de 12 em 12 horas.

Hoje em dia, o comécio localiza-se basicamente na rua principal do bairro de Terra Vermelha e ainda não é muito desenvolvido, embora já tenha crescido bastante. Dettmann conta pra gente um pouco mais sobre o comércio de seu bairro.



Foi por causa desse panorama que surgiu o Banco Terra, como contamos no post anterior. E é por esse mesmo motivo que a região recebe inúmeros projetos visando a melhoria do comércio e oportunidade do próprio negócio. Como o projeto "Comércio Total", realizado pelo SEBRAE no ano de 2009.

Banco Terra.

Nova sede do Banco Terra

O Banco Terra surgiu no dia 25 de novembro de 2005, através do Fórum de Desenvolvimento Comunitário do "GG5 - Grupos de Gestores Locais da Região 5" - que teve a história contada no post anterior. Uma das ações do GG5 que falamos foi a da geração de renda para a comunidade. Foi justamente essa atividade que deu origem ao Banco.

Antiga sede do Banco Terra
O Banco é um projeto Social de desenvolvimento Comunitário com foco na geração de renda através da perspectiva da Economia solidária. Não é uma instituição financeira uma vez que o capital é social, possibilitando que um número maior de pessoas possam produzir. Consiste na consolidação da metodologia de trabalho da Economia Solidária, que é composta de 4 princípios: Capital Solidário; Produção Sustentável; Comércio Justo; e Consumo Ético. Assim que foi criado, o banco teve a aceitação instantânea do comércio local, afinal de contas antes não existia um serviço bancário na região.

Campanha de divulgação em prol do Banco.

O Banco Terra funciona da seguinte maneira: ao receber a Moeda Terra em seu estabelecimento o comerciante contribui socialmente para o Desenvolvimento da Região, ou seja, a riqueza da comunidade fica na própria comunidade. Além de promoverem promoções na compra de alguns produtos em Moeda Terra, influenciando para o consumo local, sendo assim ganha a região e ganha o comerciante.

Moeda do Banco da Terra.

Além do apoio instâtaneo do comécio local, o Banco da Região 5 conta hoje com o apoio do Movimento Vida Nova Vila Velha – MOVIVE que ajuda na parte técnica e de fomento, Arcelor Mittal - que ajuda financeiramente e a SEBRAE – que oferece os cursos e capacitações. O apoio social fica por conta dos Movimentos Comunitários; Associações de Moradores; e entidades da Região – CADEC, GEAE, CMC; Além das Escolas Locais, do SETADES e da Feps.

Gestores do GG5 em frente a antiga cede.

Programa Gerar e o Grupo de Gestores Locais da Região 5.

Viver na Região 5, a Grande Terra Vermelha não é uma missão fácil. Já ressaltamos milhares de vezes a dificuldade que os moradores enfrentam no dia a dia para lutar por moradia e pelo desenvolvimento das suas terras.
O problema da casa própria não é a única luta que os moradores se engajam. Comércio, infra-estrutura e emprego são as principais causas levantadas por aqueles que agem em prol do desenvolvimento e do bem estar do seu povo.

1º galpão da cooperativa do movimento de moradia em 96

Foi pensando e vivenciando essa situação que surgiu, em outubro 2003, o Programa Gerar. O programa é baseado em atividades de intervenções sociais executadas pelos próprios moradores. Como a Associação de Moradores sempre foi muito ativista nas questões voltadas à melhorias do bairro de Terra Vermelha e da Região, trazendo sempre bons resultados, houve a motivação da população local de criar um grupo de gestores locais, surgindo assim o Fórum de Desenvolvimento Comunitário GG5 - “Grupo de Gestores Locais da Região 5 – GG5”, que é um fórum localizado em um das regiões mais socialmente vulneráveis do município de Vila Velha, contando com aproximadamente 72 mil habitantes e 29 bairros. O Fórum hoje é uma entidade juridicamente legalizada e composta por 12 membros da Comunidade Local, representantes de alguns bairros, nominado Instituto GG5 de Desenvolvimento Comunitário.



Pra variar, o óbvio e normal da GTV aconteceu, não foi fácil tocarem os projetos. As chuvas de 2003 e 2004 castigaram a região com alagamentos. Acontece que além das propostas de desenvolvimento futuro, o grupo trouxe auto-estima a população local,afinal de contas eles se sentiram pela primeira vez fazendo a diferença na sua comunidade, sendo assim não desistiram e lutaram como povo guerreiro que são.

O curioso do GG5 é que a maior parte das pessoas mobilizadas pelas ações foram as mulheres. Não é a toa que a liderança do Grupo durante três anos pertenceu à Adriana dos Santos de Luz. "Agora eu vou sair, vou embora, mas tudo que construímos e lutamos vai ficar em suas mãos". Foi assim que se despediu Adriana, ao falecer, passando a administração para o Paschoal (que nos cedeu pacientemente à informação).

Pascoal premiado no Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local 2007

O GG5 vem realizando, desde 2003, intervenções sociais voltadas para o desenvolvimento local e sustentável em várias áreas, como comunicação comunitária, entretenimento e lazer, educação e geração de renda. As metas eram ampliar a oportunidade profissional, pois descobriram que 53% da comunidade não tinha profissão. Mais da metade da população local ganhava menos que um salário mínimo. A pesquisa não mostrou altos índices de criminalidade, como muitos jornais falavam. Os maiores problemas foram relacionados ao saneamento básico, à educação e ao lazer. Por último vem a segurança.

Foi diante dessas pesquisas que surgiu em 25 de novembro de 2005 o Banco Terra, que falaremos em breve.

Em 2007, o GG5 foi premiado pela Caixa Econômica Federal no Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local. Confiram!


O desenvolvimento sob o olhar de quem o acompanhou...

Imagine só como deve ser morar em um lugar em que a maioria das casas são barracos de tábua, há alagamentos em épocas de chuvas e quando você sai de casa fica difícil, pois mal tem uma estrada que dá acesso aos outros locais.

Pois é. Jean, morador da Grande Terra Vermelha desde 1992, viveu essa experiência logo que se mudou pra lá. Veja só como era antes e como é hoje.

Olhares de um povo sobre a sua terra

Na fila do 612 e 653 encontrei pessoas. Moradores de uma região que antes era conhecida como "um lugar no meio do nada", sem infraestrutura, e que hoje denota as marcas do desenvolvimento.

Para quem habita a Grande Terra Vermelha, a região é muito boa para se morar.

Quem fala isso é o Josian, morador da Região 5 há dez anos, e revela um pouquinho pra gente o olhar dele sobre o local onde mora.



Para alguns estudantes que moram na Grande Terra Vermelha desde a infância, a região evoluiu muito. Um local que antes mal tinha escola de primeiro grau, hoje tem vários colégios, que vão desde o primário ao ensino médio.



Paulo César, morador há 15 anos da Grande Terra Vermelha, fala que muitas pessoas falam mal da região, sem conhecer a atual realidade local. Ele conta um pouquinho pra gente como é esse sentimento.

Cara Nova e curiosidades

Eba, estamos de cara nova!
Renovar é sempre preciso né? Então resolvemos dar uma inovada aqui! Um pouquinho de cor, sem exagerar em nada, mantendo o clima clean!
Explicarei então a imagem de entrada do nosso blog.
A foto retratada no nosso novo layout é nada mais, nada menos do que a Região da Grande Terra Vermelha, também conhecida como Região 5 , como já citamos várias vezes por aqui! Com essa foto panorâmica dá pra ter uma idéia melhor da dimensão e grandiosidade desse conjunto de bairros!


A região que conta com mais de 20 bairros, tem a Rodovia do Sol que a corta, sendo uma das principais vias de locomoção para bairros mais pertos do centro. Outra melhoria para facilitar a locomoção da comunidade local foi a criação do Terminal de Itaparica, que fica depois do Bairro Andorinhas, atrás do Barrasol - um projeto de shopping inacabado.


Na região também se localiza o Rio Jucu - rio este que todo ano é palco do evento em sua homenagem, onde aventureiros descem as suas correntezas de barco ou caiaque. Esse evento nos últimos anos vem marcado por protestos pela sua preservação. O Rio que é orgulho do povo local anda secando em certas partes e muito poluídas em outras,sobretudo na foz.


Encontramos também por ali a Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema - um local onde ainda se preserva (ou tenta-se preservar) a fauna e a flora nativas do ES. A Reserva é motivo de conflitos, pois uns querem que a ela continue tendo a sua delimitação atual e cumprindo seu papel de manter a diversidade de vegetação nativa do ES. Outros visando o desenvolvimento pedem a diminuição das delimitações da reserva para que possa ser construídos parques temáticos, condomínios, resorts e hotéis-fazenda.


Há uma grande região de praias, com um litoral rico e prestigiados pelas belezas da Barra do Jucu e Ponta da Fruta. As ondas da região são o paraíso dos surfistas e atrai grandes competições nacionais de Surf, Bodyboard e Kitesurf para a região. Neymara Carvalho, campeã mundial de Bodyboard é cria dessas águas. As mais badaladas pela galera da prancha são as praias do Borrão, Peitori (Barrinha) e Ulé. Já aqueles que gostam de curtir uma boa praia com a família, gostam mesmo das águas mansas da Concha. O morro da Concha é um cartão-postal local!


Vale a pena conhecer a região e participar das suas manifestações culturais que ocorrem ao decorrer do ano, como a Puxada de Mastro na Festa de São Benedito, que sempre vem acompanhada das Bandas de Congo.Tem também a Festa da Nossa Senhora dos Navegantes, realizada no dia 2 de fevereiro na Ponta da Fruta. Entre várias outras.O artesanato e a pesca é um marco na região praiana da Grande Terra Vermelha. E se você gosta de uma boa música ao vivo, vale a pena ir até o Barracústico.


Falando em música a região já foi inspiração para músicos locais e nacionais. A Ponte de Madalena, construída em 1896, que liga a Reserva de Jacarenema à Barra do Jucu. Seu nome é uma homenagem a banda de Congo de mesmo nome e ficou famosa na voz do cantor Martinho da Vila com "Madalena do Jucú". A própria Reserva Estadual também já foi homenageada pela banda local Casaca, assim como o Morro da Concha. Confiram!

Martinho da Vila - "Madalena do Jucú"




Casaca - "Garças de Jacarenema"




Casaca - "Morro da Concha"

terça-feira, 4 de maio de 2010

O começo e o marco de uma história...

Dettmann foi um dos primeiros moradores de Terra Vermelha. Para ele, mudar-se para a região, muito mais do que se deslocar, significou a conquista de um espaço que pode chamar de dele. No início da década de 90, quando o Governo concedeu casas para várias famílias morarem, foi um marco muito importante na sua vida, pois saía de um vínculo de dependência - onde morava de favor - para habitar a sua própria casa.

Embora a infraestrutura da região fosse precária no início, ele gostava da ideia de ter "o seu próprio chão". Fato que o motivou a o impulsiona a lutar por melhorias na sua comunidade. Confira mais detalhes no depoimento abaixo.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lá também tem agroturismo

A Região 5 é muito rica também no que se refere ao lazer. Quem quiser passear, comer uma boa comida, sair com a família para um ambiente verde e respirar um ar mais puro pode visitar os vários espaços de entretenimento que a região oferece. O gestor local - Paschoal - dá algumas dicas. Confira o vídeo abaixo.



Se ao assistir o vídeo, ficou curioso por saber como são esses lugares que parecem ser maravilhosos, veja algumas fotos abaixo. Olhando dá até vontade de visitar né?

RANCHO FORTE: Restaurante com comida caseira a la carte , aluguel de cavalos e charretes. O local promove passeios personalizados com a proposta de agroturismo e ecoturismo. Podem ser visitados o seringal, as ruínas jesuíticas, o mirante à beira do Rio Jucu. São desenvolvidas atividades como caminhada ecológica, ordenha manual, contato com animais como bezerros, coelhos, galinhas, pintinhos, patos e outros.



RICO CAIPIRA: Fazenda de produção leiteira a pasto. Oferece aos visitantes, loja de conveniência; parquinho; quadro para fotos; visita monitorada à produção; degustação de produtos e etc.



FAZENDA SOLIMAR: Camping, caminhada ecológica, cavalgada, arvorismo, paint-boll, visita à sala de ordenha, demonstração de inseminação artificial e visita a berçário de bezerros.



DESCANSO DA RENDEIRA: Restaurante com self-service de comida caseira e música ao vivo, chalés, piscina, lago, playground e bosque. Contato: (27) 3260-1195

SÍTIO NANDOBEL: Pousada, restaurante, piscinas, campo de futebol society, camping, bar, sala de jogos, playground, quadra de vôlei de areia, churrasqueira, videoquê, pesque e pague. Contato: (27) 3260-1177



FAZENDA CAMPING: Restaurante Delícias da Fazenda, área para eventos, piscinas, piscinas com rampas, campo de futebol society, camping, bar, sala de jogos, playground, lago, cavalos, charrete, quadra de vôlei de areia, cabana com churrasqueiras.



SÍTIO FAZENDINHA JK: Restaurante com comida caseira, pesque e pague, piscina, cavalos, charrete, campo society e quadra de vôlei de areia.



SÍTIO CASA VERDE: Produção rural de mel e própolis, mudas de plantas, orquidário e colméias de abelhas européias abertos à visitação com agendamento. Contato: (27) 3359-1067

SANTA CLARA RURAL: Hospedagem rural em estilo rústico, espaço para eventos, área para camping, piscina, churrasqueira, cavalos, pesca e caminhadas. Contato: 9966-0626

Listagem verdadeira

Há muita confusão no que diz respeito à quantidade dos bairros que compõem a região 5. Uns dizem 15, outros dizem 26, e por aí vai. Paschoal, Gestor Local da região, fala pra gente que a Grande Terra Vermelha é formada por 22 bairros mais as nove localidades rurais. Confira um por um na entrevista a seguir.


E assim surgiram os bairros...

Paschoal, Gestor Local da Região 5, conta pra gente um pouquinho da história de formação dos bairros que constituem a região de Grande Terra Vermelha. Veja a seguir.


terça-feira, 20 de abril de 2010

A história como ela é.


Acredito que ficamos devendo uma descrição mais detalhada do surgimento de Terra Vermelha.
Explicamos mais ou menos em um texto introdutório, como que começou a construção desse bairro e dessa região tão nova e que ainda está crescendo e se desenvolvendo.
Terra Vermelha que até pouco tempo era conhecido por poucos, e que nem um registro tem na Prefeitura de Vila Velha. Nem mesmo o Governo tem os dados exatos da região conhecida atualmente como Região 5, e que precisa de dados vindos da Associação de Moradores e do Banco Terra - entidade essa da qual falaremos mais adiante, e que muito tem contribuído para o desenvolvimento local. O crescimento foi tão alto e desenfreado, as histórias são tantas, que é preciso juntar todas as histórias, ver o que bate o que não bate, e conversar com os moradores mais antigos pra saber se algo aconteceu realmente ou não. A narrativa sobre Terra Vermelha é quase uma narrativa verbal - passada de boca em boca, morador pra morador - onde os registros são escassos ou inexistentes, e um resgate histórico é super díficil - no entanto, não tem apresentado ser impossível.
Um lugar que tem tantas histórias bacanas e um povo guerreiro que luta pra conseguir o que quer, merece destaque e merece ter sua história contada e resgatada e é por isso que viemos aqui - então contemo-la.

Panorama Local

O bairro de Terra Vermelha situa-se na Região de Grande Terra Vermelha, no município de Vila Velha, no estado do Espírito Santo. A Região de Grande Terra Vermelha, hoje conhecida como G5, é um conglomerado de 25 bairros e 9 localidades rurais que foram surgindo através de processos de ocupação, salvo vezes com interferência do Governo Estadual para desapropriação de terras da região, visando construções 0de moradias para a população que ali se instalavam.
A região possui cerca de 60 mil habitantes. Desses, 2.9 mil habitantes estão localizados no bairro de Terra Vermelha.

Os limites de Terra Vermelha são as ruas A, I, M e Afonso Cláudio. O bairro tem como vizinhos o loteamento Estrela e os bairros Normília, João Goulart e Brunella Dois. Os moradores contam, com duas escolas de ensino fundamental, o Caic Paulo Vinhas e a Escola de Primeiro Grau (EPG) Terra Vermelha, além de uma creche. Possui três times de futebol: Terra Vermelha Esporte Clube; Grêmio Esporte Clube e Comunitário Esporte Clube.

O bairro que no ínicio foi conhecida como “Tangará” (referência a novela global que possuía uma cidade de mesmo nome), devido a distância que era do resto da cidade de Vitória, recebeu o nome de Terra Vermelha devido a cor do barro existente naquele lugar, obviamente vermelho.


Construção Histórica

Em 1977, começaram as primeiras ocupações na região que hoje é conhecida como o Bairro Terra Vermelha. As primeiras famílias a ocuparem o local, moravam em uma área onde ficava a Adutora do rio Marinho. As terras ocupadas faziam parte do Loteamento Brunella Um, um dos loteamentos criados e pertencentes ao dono de terras Aníbal Frizzeira. Entretanto o local era desocupado e não legalizado, foram apossadas pelo senhor Aníbal sem serem registradas em seu nome.

No final de 1978, início de 1979, o Governo do Estado foi acionado atendendo á oito movimentos pró- moradia que surgiram, e acabou desapropriando as terras, e fechando uma parceria com a empresa Vale do Rio Doce para a construção de 500 casas para os desabrigados ocupantes.

Em maio de 1988 teve início a construção das primeiras 235 residências, de um total de 575. Um ano depois, no dia 23 de maio de 1989, o Governo do Espírito Santo entregou a 1ª chave das casas de Terra Vermelha à moradora Dona Roxinha, sendo essa a data oficial de surgimento do bairro. Uma segunda etapa com mais 235 casas, foi inaugurada a 20 de maio de 1990. A terceira etapa, em novembro do mesmo ano. A última, em março de 1991.

Mesmo assim, o bairro sofreu uma ocupação desordenada sem intervenção posterior do governo. A partir do ano 1991, mais bairros foram surgindo aos mesmos moldes, dando os primeiros formatos da Região da Grande Terra Vermelha – como foi o caso de Ulisses Guimarães e Normília- o então prefeito da cidade capixaba canela-verde, Jorge Anders desapropriou as terras conhecidas como “o banheirinho” Ilha da Jussara, para construção de moradias.

Surgiram na mesma época, por movimentos de ocupação e moradia os bairros de Jabáete – que fizeram uma cooperativa para construção de 500 casas – João Goulart – que tendo uma área muito grande foi dividida em João Goulart e Morada da Barra. Também, Barramares, Cidade da Barra e 23 de maio.Os bairros que surgiram em 1991, diferente do que aconteceu com Terra Vermelha sofreram uma grande resistência por parte do Poder Público local.

domingo, 18 de abril de 2010

O transporte coletivo

Nos primórdios de Terra Vermelha não havia um transporte coletivo que dava acesso ao bairro. Meses depois, destinaram uma linha de ônibus para a região que saía às 6 horas da manhã e só retornava às 6 horas da tarde. Quem perdesse o ônibus tinha que andar cerca de 3 km até a rodovia para pegar outra linha que ia pra o centro da cidade.

Pra vocês verem como era precário esse sistema de transporte, vejam a foto da primeira unidade móvel do transcol que fazia o trajeto de Terra Vermelha:



O Peterson, morador antigo da região, também conta um pouquinho como era fail pegar ônibus naquela época. Vejam:


quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Terra Vermelha de antigamente

Nos seus primeiros passos, as casas da região eram improvisadas, em sua maioria, feitas de lona e madeira. Não possuíam rede de esgoto, nem sistema de energia.
A rede de esgoto do bairro de Terra Vermelha foi feitas através de mutirões organizados pelos moradores. Antes de sua construção, os moradores utilizavam poços para pegar água e focas para armazenar detritos.

Veja como era o local na época da construção do primeiro valão de Terra Vermelha:



As ruas que não possuíam calçamento, e muitas se encontram assim até hoje, viravam verdadeiros lameiros quando chovia. O comércio era limitado, com mercearias, padarias, uma farmácia e os famosos butecos. A região dependia inteiramente dos bairros mais próximos do centro para suprir suas necessidades. Então, surgia outros problemas do lugar, o transporte e a educação.

Na região - por incrível que possa parecer nos dias atuais - não existia telefone que atendesse a demanda dos moradores. O único telefone existente era o do posto da DPM. Em 1988, a Associação de Moradores, fez um protocolo para inclusão no sistema de telefonia. O primeiro posto de saúde era uma casa improvisada, um posto decente que atendesse de maneira apropriada a população foi construída anos depois. Em 89, só existia uma DPM para atender as ocorrências do lugar.

Fiorella Gomes

Como nasceu a Associação de moradores

No início dos anos 90, a comunidade sentia falta de um espaço para discussão dos assuntos relativos às necessidades da região. Nas comunidades, geralmente as lutas sociais surgem nas reuniões de Associação de moradores, sendo fundamental a presença de um líder do movimento.

Mas a população não tinha um espaço para ser destinado à Associação de moradores. Foi aí que pensaram: "vamos fazer um mutirão!"

Veja como era o terreno que escolheram para ser fundada a primeira sede da Associação de moradores de Terra Vermelha:



Depois de limpo o terreno, o território foi demarcado:



E começaram a construção, no ano de 97:



Por Michelli Possmozer

terça-feira, 13 de abril de 2010

"Tangará"

Antigamente, a região não tinha praticamente nada: era carente de infraestrutura, não tinha encanamento de água, a iluminação era deficiente, não tinha sistema de esgoto, enfim, parecia um nada no meio do nada. Por isso, a região foi apelidada de Tangará.

Quem conta isso pra gente é o Peterson, 33 anos, um dos primeiros moradores de Terra Vermelha.



Por Michelli Possmozer

O começo de uma história...

De acordo com relato de moradores antigos, no final da década de 70 ocorreu uma ocupação desordenada na região. A partir disso, surgiu um interesse social por parte do governo municipal em construir casas e estabelecer de fato uma comunidade. Mas foi apenas no final de década de 80 que a prefeitura, em parceria com a Vale, doou várias casas para algumas famílias, e é aí que nasce o bairro de Terra Vermelha.

Com o passar dos anos, foram ocorrendo ocupações não-planejadas e assim surgiram os bairros ao redor, que hoje constituem a Grande Terra Vermelha, também conhecida como Região 5.

Atualmente, a Grande Terra Vermelha é formada por 22 bairros e nove localidades rurais.

A história de formação de todos esses bairros é marcada por lutas sociais, mutirões comunitários, garra, força e fé de um povo que não desiste de sonhar com uma comunidade melhor.

É o que vamos ver nos próximos posts.

Por Michelli Possmozer

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bem vindos à Terra Vermelha

A finalidade desse blog é narrar os acontecimentos que marcaram a constituição da história de Terra Vermelha, uma região marcada pela união e luta dos moradores. Os fatos também estão sendo contados pelo twitter (www.twitter.com/DettmannTV)a partir da visão de um dos primeiros moradores daquele local.

Aqui vocês verão vídeos, fotos antigas e depoimentos de moradores. Essa é a tentativa de reconstituir a história de uma região que vale a pena fazer aparecer.

Por Michelli Possmozer